Estou de volta a Nova York, depois de alguns meses no Brasil. Mudei de endereço, mas as notícias por aqui, não mudaram muito desde que fui embora.
A gripe suína, ainda me persegue, e os ratos de Sunset Park também! É só ligar a TV ou abrir o jornal para descobrir que o vírus H1N1 evoluiu no status de epidemia para pandemia. Confesso que isso não me apavora. Estava aqui no auge da epidemia nos Estados Unidos quando as pessoas no Brasil ainda não sabiam o que era a gripe, mas ficavam em pânico só de pensar em vir pra cá. Conheci brasileiros apavorados que chegaram com máscaras e medo. Tudo o que eu ouvia sobre a gripe vinha do Brasil, mascarados nos aeroportos, pessoas em pânico e Lula fazendo campanha para mostrar sua eficiência no combate ao vírus! Enquanto aqui, apenas alguns chieneses usavam máscaras cirúrgicas, o que é um hábito chinês muito antes da gripe suína. O fato é que a gripe foi embora de NY para o Chile, exatamente na época em que eu fiz escala por lá na minha volta ao Brasil (sim, este vírus me persegue mesmo!).
Corria tudo bem no aeroporto e na cidade de Santiago. Contrariando minha mãe e meus amigos, eu até me aventurei a dar um rolé pela cidade nas 12 horas que deveria esperar pelo avião. Nada de mais. Não havia pessoas gripadas, nem notícias sobre a gripe no jornal ou noticiários de TV. Depois do rolé, voltei ao aeroporto de Santiago, onde pela primeira vez, vi uma manifestação sobre a o vírus H1N1.
Um grupo de pessoas, usavam máscaras cirúrgicas e pareciam bem alertas a qualquer  sinal de espirro ou tosse. Pela primeira vez, fiquei apreensiva com a tal da Gripe famosa. Mas essa apreensão durou pouco, até eu descobrir que estas pessoas, eram brasileiros. E como eu já suspeitava, as notícias sobre a gripe suína no Brasil eram bem mais impactantes do que qualquer outro lugar.
Tudo aquilo era tão estranho pra mim, primncipalmente porque com exceção deste grupo, NINGUÉM, nem os funcionários do aeroporto, usavam máscaras. Me aproximei, puxei papo, e uma das moças do grupo perguntou por minha máscara. Quando eu lhe respondi que não tinha, ela entrou em pânico e disse:
- Você pode ficar detida no aeroporto.
- Quem disse isso?
- O presidente Lula. Ele recomendou que não viajássemos, mas já tínhamos passagens compradas, não deu pra cancelar... Eu ouvi falar até que ele vai deter os suspeitos da gripe no aeroporto. Por isso, nós estamos de máscara...
- Hum, sei.
O marido se aproximou mostrando as inúmeras barganhas que eles conseguiram no Duty Free, e tradicionalmente me fez a mesma pergunta sobre a máscara e me alertou sobre o possível exílio.
Por uma fração de segundos, cheguei até a pensar que o Lula, depois de tanta proximidade e amizade com Hugo Chávez e Evo Morales estaria usando a gripe suína como motivo para golpe de estado. Lá estava eu a me imaginar fazendo protestos no próprio aeroporto: "Abaixo à ditadura! Abaixo à ditadura!".
O devaneio acabou quando a funcionária da LanChile nos convidou a embarcar.
Dentro do avião, todos usavam máscaras, com exceção dos chilenos, eu e os tripulantes. O mais engraçado foi na hora da refeição. As pessoas levantavam as máscaras, davam uma garfada, colocoavam as máscaras de novo, mastigavam e engoliam nesta angústia.
Chegando ao aeroporto Tom Jobim, um grupo de funcionários do governo, vestidos de macacão branco e máscaras tipo aquelas de criadores de abelhas, nos intelerpelavam fazendo perguntas do tipo:
- Teve febre nos últimos dias.
- Sim. (esqueci de contar, mas eu estava gripada!).
- A senhora está sob quarentena do governo federal.
Nossa que chique! Eu, em observação pelo ministério da saúde durante 40 dias. Me achei até importante, mas segui adiante sabendo que se tivesse gripada o governo não iria fazer muita coisa.
Enfim, passei ilesa pela gripe em NY, no Chile, no Brasil e agora to de volta com a notícia da pandemia. Vamos que vamos.


Outra coisa que também me persegue são os ratos do Sunset Park. Não, ainda não tive contato direto com eles, mas as notícias me foram bastante atormentadoras.
Fui visitar meu antigo apartamento e velhos amigos ainda residentes, e descobri que o Luis, matou na semana passada uma família de 4 ratos, e encontrou um bebê ratinho, dois dias depois da matança, morto sozinho, provavelmente de fome.
Sim, Luis dizimou uma família, e eu quase tive um troço quando soube. Ainda bem que aqui no novo apê, não tem supermercado embaixo, e eu moro no 5 andar.
Os ratos ainda têm muitas outras famílias para atormentar antes da nossa. Assim espero.

3 comentários:

Pequena disse...

Ahhh nenhum bebê deve ser morto... nem de ratinho... rs

Loiola disse...

cuidado com a gripe ...rs!

Rita Valente disse...

Que o Presidente Lula, jamais reconmendou o uso de máscaras...
Todos os fatos idiotas, são atribuidos a ele...
É lamentável.