Se me fizerem esta pergunta, eu respondo: Sou uma mulher com medo de rato!

Descobri que não são apenas os sapos, pererecas e rãs que tiram meu sono. Ratos também.
Quarta-feira passada achei um rato caminhando todo serelepe pelo meu quarto. Até então eu não tinha medo de ratos. Já estava até acostumada a vê-los diariamente nos trilhos do metrô de NY.

Os ratos nova iorquinos são tão conhecidos que fazem parte do cartão posta da cidade, e já tem até um livro que fala sobre estes habitantes indesejados.

Se você não acredita, clique no link do site Amazon e dê uma espiada no livro.

Mas enfim, uma coisa é ver os ratos no trilho do metrô, ou nas livrarias. Outra coisa é ver um rato andando no meu quarto. Lógico que o ratinho do meu quarto não tinha o mesmo tamanho do que as ratazanas do metrô mas o meu medo era inversamente proporcional ao tamanho do rato.

Entrei em pânico e espalhie quatro ratoeiras dentro do quarto. O danado do rato comeu a manteiga de amendoim que coloquei nas 4 ratoeiras, mas não ficou preso. Hoje comprei mais três, elas são diferentes, tem uma espécie de cola onde ratos pequenos ficam grudados e sofrem colados até a morte (falando assim dá até pena, mas....).
O rato que eu vi na quarta-feira era pequeno demais, talvez seja muito ágil pra ratoeira. Digo era, porque hoje eu o vi novamente... Ele cresceu um pouco e me levou a concluir que: ou eu estou alimentando o rato, ou o rato que eu vi hoje não era o mesmo de quarta o que me leva crer que alguém está constituindo família no apartamento e escolheu debaixo da minha cama como o lar doce lar.
A imagem do rato andando no meu quarto na quarta-feira, e dele passeando sobre a mesinha hoje não saem da minha cabeça.
Eu vejo o rato em tudo que olho. Vejo rato em tudo que eu vejo!! O rato e o rabo dele.
É como uma obsessão, como estar apaixonada.

Sabe quando você ama desesperadamente alguém e vê esta pessoa por todos os lugares, em todos os rostos?
Pois é, eu vejo o rato em todos os lugares. Na rua, na sala, no vagão de trem. Como se estivesse apaixonada. O medo é também uma forma de paixão. Mas eu quero muito que esta paixão termine logo sem deixar sequelas como deixam as paixões exageradas.
Obs: A foto do post foi tirada em NY, num metrô. Mas LÓGICO não fui eu quem tirei...
Como diria Guimarães Rosa... "Cada hora, de cada dia a gente aprende uma nova forma de medo..."

Gente, estou numa semana muito orgulhosa dos meus predicados domésticos. Cansada de comer macarrão ao molho bolonhesa, ou com frango, ou com molho de tomates resolvi variar e confiar no meu potencial!


Tudo é questão de auto-confiança já dizem os livros de auto-ajuda. Pois então, confieie no meu lado Amélia e fui pra cozinha. De manhã fiz um bolo de caneca, receita para preguiçosos (perfeita pra mim) que achei na internet!

O BOLO FICA GOSTOSO MESMO! E lindo, olha aí na foto...
De tarde. fiz um strogonoff de frango e cogumelos frescos... ai ai.... Esse não deu pra postar, desculpa aí...
Segue a receita do bolo facílimo de fazer....
Ingredientes
· 1 ovo pequeno· 3 colheres (sopa) de óleo· 4 colheres (sopa) rasas de açúcar· 4 colheres (sopa) de suco de laranja· 5 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo· 1 colher (café) de fermento em póCobertura· 2 colheres (sopa) açúcar de confeiteiro· 3 colheres (chá) de suco de laranja
Modo de preparo
Coloque o ovo na caneca e bata com o garfo. Adicione o óleo, o açúcar e o suco de laranja e misture. Agregue a farinha, o fermento e misture até uniformizar. Leve por três minutos ao microondas em potência máxima.CoberturaJunte tudo e cubra o bolo.Dica: Vale trocar o suco de laranja pelo de limão. Mas, para essa substituição, em vez de 4 colheres (sopa) do sumo da laranja, use 2 colheres (sopa) do limão, pois o sabor é mais acentuado.
E dá também pra fazer de chocolate, leite de côco etc...
Beijos


Fiu-Fiu....


As pessoas no Brasil estão enlouquecendo com a gripe do porco. Todos os dias recebe e-mails de amigos que me pedem para tomar cuidado, usar máscaras, não pegar o metrô e até voltar para o Brasil. Nos jornais não se fala outra coisa. Eu descobri que já existe um site sobre a gripe do porco.

Site da Gripe do Porco

E como tudo na américa latina acaba em música já existe até Cumbia e Funk...

No México já fizeram uma Cumbia...
E no Rio é claro, já tem até Funk...

NY tem o maior índice de gripe suína nos Estados Unidos, mas ao que parece as pessoas não estão dando a mínima pro coitado do porco...

Esta semana encontrei uns amigos que vieram do Rio para NY. Ambos apavorados e temerosos sobre a gripe.


No aeroporto do Brasil pessoas usam máscaras, eles me contaram. "Até a Suzana Vieira está usando máscara." Aqui, nem Suzana nem Angelina Jolie, só uma família de chineses que eu encontrei no Festival do Cherry Blossom...










Eu acho mesmo é que a imprensa faz muito alarde por pouca coisa... Sei não...
Bem, e para provar que os nova iorquinos (lembre-se estou na cidade com maior número de casos da gripe fora do México) não estão nem aí, esta semana encontrei uma mulher passeando com dois porcos na rua...
Lá ia eu na maior calma andando pelo Brooklyn quando vi do outro lado da rua, um cachorro terrivelmente feio e gordo numa coleira rosa. Atravessei a rua, e pra minha surpresa, o cachorro que na verdade era um porco estava acompanhado por outro tão feio quanto. Ambos amarrados em coleiras rosas. No meio a tantas decoberta, percebi que os porcos eram porcas e se chamavam "Baby" e "Cherrie".
A rua encheu de uma hora pra outra. Pessoas completamente enlouquecidas se esqueceram de que como diz José Serra "só se pega a gripe quando chegamos perto dos porquinhos..."
Executivos engravatados, mulher com criança de colo, todo mundo da rua sacou seus celulares com câmeras, blackberries, blueberries e sei lá mais o que, para registrar o passeio do animal mais temido nos últimos meses....





















Momento celebridade...

















Baby cheirando a câmera... Será que o José Serra tá mesmo certo?


Não viu a entrevista do Serra sobre a gripe? Clique aqui...

Faz 20 anos que o muro de Berlim foi derrubado e o New Museum de NY fez uma comemoração para celebrar o fim dos muros visíveis. Muitos outros muros, paredes e cercas são construidos dia-a-dia em vários cantos do mundo. O muro da hipocrisia, do ódio, da indiferença, do preconceito e da intolerância.

E não existe exemplo melhor do que o do nosso próprio país, justo nós brasileiros, que enchemos o peito para dizer que no Brasil as pessoas de qualquer parte do mundo convivem de forma harmônica. Será?

No Rio de Janeiro, por exemplo, estão construindo um muro para separar as favelas do resto da cidade. E isso acontece no mesmo ano em que o mundo celebra a queda do muro mais famoso do mundo... Vai enteder...

Não acho MESMO que há muito o que comemorar. Um muro está sendo erguido no Rio, o de Berlim, ainda está lá, invisível mais está.

Pois, bem. Mas o New Museum não concorda comigo, e há algumas semanas atrás fez uma espécie de pré-celebração para agrande festa que acontece em Novembro na Alemanha.


Um grande muro de tecido ficou a disposição das pessoas que passavam pela rua. Mensagens de paz, de amor e saudações foram escritas e mandadas para Berlim.



A Margarita, minha amiga e roommate escreveu esta mensagem aí embaixo.


E eu escrevo a pergunta, será que existe mesmo "free admission" para usufruir das boas coisas da vida?

Eu tirei mais de 3000 fotos do Festival Cherry Blossom, que aconteceu no fim de semana passado.

Foi difícil escolher quais fotos postar aqui. Mais difícil ainda é escrever sobre a beleza do lugar mais lindo que já fui na vida. Escrever sobre beleza é mais difícil do que escrever sobre o amor.
O amor não tem explicação, mas também não há quem não o reconheça, quem não o valorize.

A beleza não. A beleza é diferente. Tem gente que critica, que acha que não é importante, que defende a inteligência, a tecnologia, a bondade e outros temas ao contrário do que é belo. Como se para ser inteligente é preciso ser feio, ou vice-versa. A beleza é o que salva a vida. É o que dá sentido ao que não tem sentido. E por isso, é tão difícil escrever sobre.


O Cherry Blossom tem um significado muito especial para mim desde que cheguei em NY pela primeira vez no ano passado.
As primeiras fotos que vi sobre a cidade, foram do festival do ano passado. Eu cheguei em julho, dois meses depois, e me prometi que algum dia eu voltaria aqui para ver as flores que vi nas fotos. Mesmo sem saber, eu que também já fui crítica da beleza, queria ser salva pelas flores rosas do Cherry.

Eu não sabia que começava a mudar meus conceitos sobre a importância do que é belo, nem tão pouco imaginava, que o dia da salvação estaria próximo. Logo ali, no ano seguinte.



Para mim, o Cherry Blossom foi mais do que um motivo para voltar. Foi a razão pela qual eu resisti de um inverno tão sofrível.

Todas as vezes que pensei em voltar para casa (foram muitas) por causa do vento frio, da falta de calor humano, da tristeza e solidão que é NY no inverno, eu sempre pensava "se eu voltar, não vou ver o cherry blossom".

Então eu decidia aguentar por mais um dia, por mais uma semana...


As flores da cerejeira só abrem uma vez por ano. E duram tão pouco, menos de uma semana. Primeiro dos galhos secos brotam pequenos botões de um rosa bem escuro anunciando que o inverno já se despede e a primavera vem nos recompensar do sofrimento. Depois, os botões rosa escuro se abrem e as flores nascem. De um dia para o outro elas brotam com uma rapidez inexplicável. E o parque se enche de pessoas que vêm apreciar. As flores são muito delicadas, formadas por várias pequenas pétalas de um rosa bem clarinho...
O vento sacode os galhos, as pétalas caem como chuva. E formam um tapete rosa sobre a grama ou o chão de cimento.
Uma semana depois, tudo que o vento não foi capaz de derrubar, seca e cai. As árvores são agora apenas folhas. Como qualquer outra árvore do parque. Todas as pessoas que visitam o Botanical Garden depois do festival trazem consigo uma nostalgia, uma melancolia, saudades do tempo da primavera. Uma saudade da beleza que esperamos por quase um ano, e que só durou uma semana. Mas que valeria apena mesmo que se fosse por dia. Há pessoas que não se conformam, que acham que o bele deve durar eternamente. Assim como o amor. Eu acho que não. Tudo que é eterno não é importante. Não tem valor. Tudo que é belo precisa morrer, para conservar a beleza.



Até o ano que vem!



Veja o desenvolvimento da Cherry



Março, Abril e Maio...

Aprecie a chuva de pétalas

Chovendo de verdade




Um passeio do Cherry Walk


Há umas duas sextas-feiras eu fui a um evento no Centro de Cultura Turca daqui de NY, assistir uma palestra sobre Rumi, o Poeta turco.


Eu não conhecia o Rumi, nem muito menos o sufismo e agora que o conheço não consigo entender como passei tanto tempo de minha vida sem ouvir falar neste poeta, profeta, filósofo ou qualquer outra palavra incompleta e incapaz de descrever seu trabalho.

A gente é tão possuído pelas "verdades" ocidentais que assimilamos tudo que vem do oriente como exótico ou interessante. Rumi é bem mais do que isso. Mas apesar de toda minha ignorância acabei por descobrir que Rumi é o poeta mais popular dos Estados Unidos.

Rumi foi um poeta, muçulmano, persa do século XIII. Ele nasceu onde hojé é o Afeganistão, e o que na época era parte da Pérsia.

Todo seu trabalho fora escrito na linguagem poética o que era muito comum na época. Após sua morte, seus seguidores fundaram a Ordem Sufi, também conhecida como ordem dos Dervishes girantes, famosos por sua dança Sufi conhecida como cerimônia sema.
O sufismo é a corrente mística e contemplativa do Islão. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram uma relação direta com Deus através de cânticos, música e danças. Neste evento em NY, eu pude conhecer um pouco mais sobre a cerimônia e descobri que no Youtube.com é possível assistir alguns vídeos e conhecer a dança.

Existem várias correntes e práticas do Sufi. A ordem dos Dervishes girantes fundada pelos seguidores de Rumi é apenas uma delas.
Os Devishes girantes também são conhecidos como Mevlevis dedicam sua vida a Deus. A ordem funciona como um monastério, conhecido como mevlevihane, a casa do Mevlevis. Para se tornar um Mevlevis basta apenas ser homem. Não há nenhuma outra restrição. O primeiro passo é se purificar de tudo que vem do mundo exterior. Assim que chega ao monastério, o candidato a Mevlevis passa por uma série de provações como jejum voluntário, isolamento, trabalhos comunitários dentro do monastério como limpeza dos banheiros etc. Ele pode desistir a qualquer momento e se ao final de todo processo ainda persistir no monastério, ele estará apto para servir a Deus. O jejum, isolamento e o trabalho no monastério servem como ferramenta para o afastamento da vida mundana.

As cerimônias são secretas (pelo menos eram até se tornarem uma fonte de renda turística). Eles começam vestidos com uma túnica branca e outra preta por cima. O chapéu na cabeça simboliza a tumba. A roupa preta, a terra. Então, para encontrar Deus, o Mevlevis se desfaz da terra e começa a girar, a medida que ele gira ele se abre para a vida, para o encontro de Deus.


O pensamento sufi nasceu no Oriente Médio, no século VIII, mas se encontra hoje por todo o mundo. Na Indonésia, atualmente a nação com maior número de muçulmanos, o islão foi introduzido através das ordens sufis que podem estar também associadas ao islão xiita, sunita ou várias outras correntes.
Quando o Talibã ficou famoso, primeiro por destruir as estátuas gigantes do Buda, e depois pelo inesquecível atentado do 11 de Setembro, o mundo e a cultura islamica ficou erroneamente associado a essa corrente extremista. O que é uma pena. E o que acaba nos impedindo de conhecer melhor a cultura muçulmana.
Uma coisa curiosíssima que também descobri durante as pesquisas para escrever este post, foi sobre o Faquir.
Toda vez que ouço ou leio esta palavra me lembro de minha mãe. Não sei se vocês são como eu que guarda pequenos fragmentos da infância em imagens e cheiros, e algumas palavras. "Faquir" é uma delas. Eu me vejo com uns 7 ou 8 anos e minha mãe contando algo engraçado e curioso sobre o Faquir.
Para quem nunca teve uma mãe que contava casos sobre Faquir, lá vai uma pequena explicação. Faquir é um asceta, ou seja uma pessoa que renuncia a todos os prazeres da vida ou até mesmo a não satisfação de algumas necessidades primárias, com o fim de atingir determinados fins espirituais. Eles são capazes das mais terríveis provações e resistências para ficar o mais próximo possível a Deus. Provações estas como andar sobre fogo, viver de esmolas ou deitar-se sobre pregos.
O que eu descobri, é que os faquires eram devixes sufis, eremitas, que sobreviviam da mendicância. "O uso do termo Faquir foi desenvolvido na índia, quando a palavra árabe Faqīr, "pobreza", foi trazida aos idiomas locais pelo persa falado pelas elites islâmicas, adquiriu o sentido místico da necessidade espiritual de Deus - o único a ser auto-suficiente." Wikipedia.