50 artistas de 25 países todos menos de 33 anos.


A geração mais nova do que Jesus expõem no New Museum aqui em NY até o dia 14 de junho.
Eu fui dar uma conferida na exposição e três exibições me chamaram muito a atenção.
A primeira delas é da artista plástica da Cidade do México, Adriana Lara. O trabalho de Adriana se chama “Installation (Banana Peel)”. Que é como o nome diz, nada mais nada menos do que uma casca de banana.
Adriana instruiu a um funcionário do museu que comesse toda manhã uma banana e jogasse a casca em qualquer espaço onde a exibição ocorresse.
A reação das pessoas é de espanto, curiosidade e revolta. Tem gente que toca na casca de banana, e ameaça jogá-la na lixeira. Até que um dos funcionários do museu aparece e diz: Epa, isso aí não é lixo. É ARTE.

Tem gente que fica revoltado porque esperava um quadro, uma foto, uma escultura ou qualquer outra coisa que não fosse uma casca de banana. E fica mais revoltado ainda ao saber que Adriana intitulou as horas de funcionamento do museu como seu segundo trabalho a ser exibido na exposição.
Arte é o que toca as pessoas de alguma forma. É o que vem pra inovar, para mudar conceitos para causar espanto, admiração e até mesmo o inconformismo da pergunta: Por que eu não pensei nisso antes. O trabalho de Adriana causa tudo isso. E vai além. Ela é a artista mais comentada da exposição. Melhor que isso? Só saber que o trabalho dela não custou mais do que $1 por dia de exposição e um funcionário alimentado com alta fonte de potássio.
Os outros dois artistas cujos trabalhos também gostei muito são da China. Chu Yun’s exibiu o trabalho entitulado “This is XX”. Deitada numa cama de lençóis e travesseiros brancos, no meio de visitantes, sons de video-games e outros barulhos de exposições de vizinhas uma mulher dorme em PROFUNDA PAZ.


Chu Yun pagou vuluntárias entre 18 e 44 anos para tomarem píulas que as fazem dormir durante o horário de funcionamento do museu.
Uma escultura viva que chama atenção para a vida no século vinte. Uma mulher com cara de anjo, dorme o sono desejável por muitos, inclusive por mim. Um sono de paz, de sossego e descanço. Eu permaneci na sala por uns vinte minutos. Crianças corriam em volta da cama, um video-game, objeto da exposição em frente emanava um barulho irritante. Pessoas fotografavam a mulher que ainda assim dormia como a Bela Adormecida.
A paz imperturbável da vida contemporânia é a grande ironia do trabalho de Chu.
A tranquilidade supernatural é fruto de drogas. O que mostra que o estado de relaxamento no século XX é extremamente vulnerável. A exibição é também considerada um protesto a geração hiperativa do século XX!

O terceiro artista Liu Chuang apresentou o projeto Buying Everything on You, que como o próprio nome sugere, são três mesas brancas com roupas, calcinhas, absorvente, identidade, carteira de motorista, bolsa, cartão do dentista. I-pod, maquiagem, tickets de cinema, meias, tênis, tese de mestrado, livro, chupeta e qualquer outra coisa que você estiver vestindo ou carregando.
Liu comprou o que três pessoas usavam ou carregavam pelas ruas de cidades da China. O que me chamou atenção neste projeto foi a coragem e o desapego com que as pessoas venderam seus pertences. Coisas que nem sempre qualquer dinheiro compra.
Agora eu deixo aqui a pergunta para você que lê este post.
Você teria coragem de vender tudo que veste e carrega neste exato momento?





Dê uma conferida no site do museu: http://www.newmuseum.org/ Você pode ver e ler um pouco sobre cada artista e seu trabalho.

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