Sexta-feira passei pelo Bryant Park e vi um grupo de pessoas do Sri Lanka fazendo um protesto pacífico sobre a guerra civil que dura 25 anos.

Fotos de crianças queimadas por armas químicas, mulheres chorando, reporteres fotografando e filmando o que acontecia em volta da praça. No meio do Bryant Park, um imenso campo gramado tomava sol alheio ao que acontecia. Alheias também eram as pessoas que sentavam-se nas cadeiras de frente para a grama para conversar ou admirar as tulipas.
Eu perguntei a um dos protestantes o motivo do protesto. Ele pertence ao grupo Tamil. Os Tamiles chegaram ao Sri Lanka no século III, os Cingalêses já estavam na ilha desde IV antes de Cristo e com a chegada dos Tamiles uma guerra foi instaurada naquelas terras, que ainda nem era país. O tempo passou, os conflitos se amenizaram, os portugueses chegaram, e depois os holandeses, passando pelos franceses e ingleses. No fim de tantas invasões, o Sri Lanka se declarou independente em 1948, porém os conflitos entre Cingaleses e Tamiles nunca acabaram.

Em 1983 uma guerra civil instaurou no país de maioria cingalesa. A guerra dura até hoje.

Os Tamiles protestavam contra o genocídio que se instaurou no sul da ilha. Os Cingaleses alegam legitimidade e a guerra mata crianças, mulheres, civis.
Os Tamiles protestaram em frente a ONU e no Bryant Park pedindo a ONU e ao Obama que intervenham pelo fim dos conflitos. Eles dizem que só nos primeiros cem dias de governo do novo presidente americano mais de 330 mil pessoas morreram na guerra. Eles cobram atenção do Presidente da (ainda) maior potência econômica e bélica do mundo. E reclamam que a ONU e os Estados Unidos não se manifestam porque o Sri Lanka não é um país rico, não vale a pena intervir.
Há duas avenidas dali um homem vende camisinhas com fotos do Obama na embalagem.




- "Para os momentos duros" alega ele.
Quem sabe, penso eu não seja hora da ONU e do Obama vestirem a camisa e enfrentar a dureza da guerra no Sri Lanka de forma diplomática?

Bem no sul de Manhattan, em Chinatown, Nicolas Cage gravava mais um filme Hollywoodiano...



Provavelmente, nem ele, nem todas as mulheres enlouquecidas que gritavam por ele nas proximidades so set sabiam que há milhas dali crianças morrem todos os dias, que há metros dalo pessoas protestam pelo fim disso, e muito próxima desses que protestam estão os que sonham em ver o novo filme de Cage, The Sorcerer’s Apprentice, no cinema...


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3 comentários:

Pequena disse...

Tem uma coisa que não entra na minha cabeça: qual o problema de pessoas de credos, raças e cores diferentes viverem no mesmo lugar??
Porque isso é tão difícil assim???
Nesse ponto eu digo: ufa, eu moro no Brasil!!!

Pinguela Filmes disse...

Tata, nao concordo com vc! eu acho que a gente pode ser considerado um pais pacifico sim, se analisarmos que arabes e judeus sao capazes de dividir a mesma rua num bairro de sao paulo, mas sera q a gente respeita mesmo o proximo> nao sei, esse muro q tao construindo no rio eh pra mim muito pior do que uma guerra racial declarada. mas tudo no brasil eh assim mesmo ne, nada declarado. as pessoas sao racistas, mas negam ate a morte que tem preconceito. eu nao sei bem, se isso eh melhor ou pior, so sei que eh ruim tb!

Pequena disse...

Mari, concordo contigo que aqui tudo existe, mas nada declarado.
Quanto a construção desse muro aqui no Rio, há controvérsias e 2 pontos principais de opinião: um que trata-se de um muro separatista, que irá segregar as pessoas; e o outro, que na verdade trata-se de um muro para impedir a expansão da favela para dentro da mata, tentando preservar o pouco que resta e evitar mais desmoronamentos em virtude de construções em lugares irregulares e sem condições.
Eu, particularmente, não vejo que esse muro irá gerar uma situação de segregação.
O preconceito "morro x asfalto", a segregação rico x pobre, o preconceito irão continuar da mesma forma de sempre. Infelizmente. Mas não acredito que irão piorar por causa do muro especificamente.
SE conseguirem pelo menos preservar o que resta de mata e evitar que mais pessoas morram em época de chuvas nos deslizamentos, acredito já ser uma vitória.
Claro que evitar a expansão não resolve o problema "para onde eles irão então?".
Aí é mais uma questão de políticas públicas, e isso é papo para muitos e muitos posts... rs